quarta-feira, 25 de maio de 2011

Como eu ainda acredito que as coisas podem ser...

loneliness

Hoje fui ver minha tia. Ela se sente tão sozinha e triste.
Todos saem pra trabalhar ou estudar. Ela fica sozinha.
Era minha avó quem conversava com ela e fazia companhia a ela quando ela se sentia só. Agora, minha avó não está mais aqui. Minha tia, como todos os outros, entra pela casa onde minha avó morava e sente um vazio. É difícil se acostumar.
Eu já estou me acostumando. Devia eu me sentir mal por isso? Porque pra mim foi tão mais fácil -ou menos difícil- aceitar isso... Ela se foi, doeu, mas eu entendo que esse é o sentido das coisas. E, ademais, ela me tratava diferente de todos os outros. Sempre foi conservadora e, não sei bem o porquê, mas... ela me tratava diferente. Mas eu sabia que ela gostava de mim. E eu gostava dela. Ela me maltratava às vezes mas também me ensinou muita coisa boa. Talvez sem a educação dela eu tivesse seguido outro rumo. Um rumo ruim.
Olhando a minha prima, eu vejo isso. Moramos sempre no mesmo lugar, convivíamos, praticamente, com as mesmas pessoas e... somos totalmente diferentes! Ela a tratava de uma forma, muito dócil, comigo era mais fria. Via a minha prima como fraqueza e eu como fortaleza. Se é, de fato, verdade, eu não sei.
Sinto falta dela. Mas nunca fomos tão próximas assim, apesar de eu, felizmente, ter conseguido mudar esse meu relacionamento com ela, ao menos no final. É natural que para mim seja mais fácil se acostumar. Eu sou jovem, tenho muito o que fazer, tenho distrações, amigos, familiares...
Minha tia e minha mãe, especialmente, têm parte disso e são sim jovens para agirem como se tivessem morrido também. Minha tia, que não é totalmente "normal" e minha mãe vivem dizendo que estão muito tristes, que não gostam mais daqui, que a morte já não seria tão ruim...
Isso me entristece tanto! Vê-las assim acaba comigo. E me dói saber que não posso suprir essa falta.
Gostaria de saber se eu estou realmente certa. Tenho uma coisa em mente que mudaria muita coisa, mas isso requer muito esforço meu. Não me importo. Mas é algo que leva tempo. Não sei porque, mas às vezes tenho medo de que demore muito e seja tarde demais.
Mas prefiro pensar positivamente. Quero livrar essa minha família dessa solidão! Minha avó estará sempre em nossos corações. Não é preciso tanta angústia.
Tenho medo de estar falando demais, não sei como me comportaria se fosse minha mãe... e não quero voltar a pensar na possibilidade. Prefiro acreditar que isso vai demorar e que nós ainda vamos viver momentos intensamente felizes.
(...)